Thursday, January 12, 2006

Janeiro 2006 - António de Sousa



"PlayTime", Fotografia, António de Sousa, edição de Janeiro 2006

“Playtime”


A sociedade actual é alvo de várias reflexões teóricas e práticas, por meros cidadãos, por intelectuais e, cada vez mais, por diversos artistas. Os mecanismos políticos e sociais dos ‘pseudo-sistemas’ organizacionais servem de plataforma crítica e muitas vezes irónica.
O ‘Espaço Transportável’ recebe António de Sousa, que tem evidenciado uma atitude iconoclasta em relação aos mais diversos discursos, do artístico ao político, passando pelo institucional. António de Sousa (Matosinhos, 1966) vive e trabalha no Porto, cidade onde finalizou a Licenciatura em Pintura em 1994 na Faculdade de Belas Artes. Tem realizado diversas exposições e projectos colectivos, das quais se podem destacar “Bienal de Arte Jovem” - integrando a representação da Fundação de Serralves, Fórum da Maia, 1995; “II Bienal de Arte de Famalicão - Em torno de Camilo”, Fundação Cupertino de Miranda, Famalicão, 1997; “O Império Contra Ataca”, Galeria ZDB, Lisboa; La Capella-Institut de Cultura de Barcelona, Barcelona, 1998; “Arte Portuguesa dos Anos 90 na Colecção da Fundação de Serralves”, Casa da Cultura, Paredes, 1999; “321 m2 – Trabalhos de uma Colecção Particular”, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Coimbra, 2001; “Proximidades e Acessos”, Culturgest, Porto, 2004.
O trabalho “Playtime” que António de Sousa nos apresenta, pretende reflectir ironicamente sobre as fragilidades e contradições inerentes aos discursos social e politicamente empenhados. Como diz o artista, “o brinquedo que aparece na imagem, remete-nos para a actual sociedade do entretenimento e para o seu consequente défice de cidadania esclarecida.” A ironia aparece aqui como uma possível resolução do conflito inerente, muitas das vezes, à teoria e prática.

Luís Ribeiro