Monday, November 14, 2005


“A Arte é Comunicação”, Desenho Digital, Luís Ribeiro, edição de Outubro 2005

‘Quando o Contemplador se torna Artista’


Na primeira edição do ‘Espaço Transportável’, Max Fernandes apresentou-nos uma página em branco, atribuindo-lhe o título “S/Título”, ‘Semiologia sobre papel’, convidando o leitor a assistir ao fenómeno de construção de realidades, ironizando o carácter informativo e comunicativo tanto de um trabalho artístico como o de um jornal. De seguida, Isabel Carvalho mostra-nos um texto escrito por uma prostituta explorando a problemática feminista, atribuindo ao leitor do jornal, de certa forma, a oportunidade de enquadrar um texto (que numa situação normal poderia ser visto como uma mera notícia informativa) num patamar artístico.
Na terceira edição do projecto, o Notícias de Guimarães recebe o comissário do ‘Espaço Transportável’, Luís Ribeiro, Licenciado pela Escola Superior Artística do Porto, pólo de Guimarães. Membro criador do ‘Espaço Provisório’ em 2003, situado numa loja comercial na rua de Sto. António, em Guimarães, dedicado a intervenções artísticas, e também do Laboratório das Artes, projecto iniciado em 2004 numa casa desabitada da rua de Camões, na mesma cidade.
O trabalho deste artista para o Jornal pretende reflectir sobre o objecto artístico e a forma como ele é enquadrado e interpretado, as relações existentes entre artista/ objecto/ contemplador e a finalidade de qualquer obra – a Comunicação. O facto do suporte ser um Jornal, num primeiro ponto, irá alterar inevitavelmente a visão do observador, funcionando como premissa a qualquer raciocínio sobre o trabalho apresentado. Após este primeiro momento importa analisar a imagem, a mensagem e os objectivos para os quais a obra foi produzida; absorvemos a imagem enquanto obra plástica, contendo valores formais e estéticos do domínio da arte, afastando-se da ideia de notícia ou de um anúncio publicitário. O valor atribuído ao trabalho é feito individualmente, podendo ser compreendido ou não, válido ou rejeitado, sendo a interpretação fundamental para a sustentação do objecto artístico enquanto mensagem comunicativa. Assim, o Contemplador atribui valores independentes à obra, reflexões externas à imagem, conceptualismos que se sobrepõem ao próprio trabalho.

NG


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