Monday, November 14, 2005



"S/ Título", 'Semiologia s/ papel', Max Fernandes, edição de Julho 2005

‘Espaço Transportável’ – Um artista por mês no jornal NG


O Jornal Notícias de Guimarães decidiu abarcar um projecto lançado pelo artista plástico Luís Ribeiro, no sentido de explorar este suporte para intervenções artísticas. O nome do projecto ‘Espaço Transportável’ remete-nos directamente para a ideia duchampiana do museu móvel, um local de intervenção e contemplação instável, capaz de percorrer diferentes locais, pessoas e conceitos. Assim sendo, a ideia passa por convidar um artista por mês para intervir no jornal.O diário francês Libération já abarcou projectos de designers como philippe Starck, autores de banda desenhada como Enki Bilal, ou artistas plásticos como Antoni Tàpies ou Daniel Buren, conseguindo uma tiragem de 200 mil exemplares, transformando cada obra única num múltiplo global.
Para iniciar o projecto, decidi convidar o jovem artista vimaranense Max Fernandes, ligado a projectos como o ‘Espaço provisório’, 2003, na rua de Sto. António, e ao Laboratório das Artes, em Guimarães. O trabalho deste artista prende-se, essencialmente, pelo uso da linguagem codificada, abarcando conceitos como os de “casa”, “espaço” e “campo”. No seu último trabalho “Intervenção sobre o mapa da cidade”, inserido na exposição ’16 salas, 1 espaço’, pode ver-se o uso de linguagem rigorosa, do GPS, através das coordenadas da Longitude e Latitude que marcam um local [neste caso foi o Laboratório das Artes].
Em “S/Título”, ‘Semiologia sobre papel’, continuamos a assistir a este fenómeno de construção de realidades. Semiologia, que deriva do grego semîon, refere-se à ciência dos signos, que neste caso não passam de uma folha em branco. No entanto, é-nos dada a legenda ‘museológica’ do trabalho, ironizando o caráter informativo e comunicativo tanto de um trabalho artístico como o de um jornal.

Luís Ribeiro


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